Nosso sistema democrático nos leva a cada 2 anos para frentes das urnas. Através delas escolhemos nossos representantes. Mas você sabe quem criou a urna eletrônica?
As urnas eletrônicas surgiram para garantir maior segurança e velocidade nas eleições do Brasil. De autoria nacional a urna hoje é motivo de orgulho para muitos brasileiros.
A informatização do voto no Brasil
Antes do voto eletrônico os eleitores escreviam o nome de seus candidatos em cédulas de papel e depositavam seus votos em urnas feitas de madeira, metal e lona.
A contagem dos votos podia demorar dias para ser finalizada e assim apresentar os novos representantes. Além disso, a possibilidade de fraudes era bem maior.
A ideia de se implementar um sistema eletrônico de votação é antiga. O Código Eleitoral Brasileiro de 1932, já previa a possibilidade de fazer o uso de “máquinas de votar. Desde então muitas foram as tentativas de se implementar um sistema que facilitasse a votação e aumentasse a segurança.
Mas antes desta máquina existir, a informatização do voto no Brasil começou a ser implementada aos poucos.
Em 1974, houve a primeira apuração de votos feita por um computador no Brasil. Esta apuração, que ocorreu nas eleições parlamentares no estado de Minas Gerais, foi feita em um computador gigante, que tomava metade de uma sala, alugado da empresa IBM. A apuração foi um sucesso.
Em 1982 surge uma lei que dispõe sobre a utilização de processos eletrônicos de dados nos serviços eleitorais. Isto fez com que em 1986 houvesse um recadastramento eletrônico de todos os leitores brasileiros. Dessa forma, em 1989 na primeira eleição presidencial pós ditadura, sua apuração de votos já ocorreu de forma digital.
No entanto, o voto em si ainda não era digital. A urna eletrônica como nós a conhecemos surge apenas em 1996.
O criador da urna eletrônica
Não é tão fácil assim apontar apenas um criador para a urna. No entanto, primeiramente podemos apontar o desembargador aposentado Carlos Prudêncio.
Quem criou a urna eletrônica foi Carlos Prudêncio. Carlos, era juiz e desembargador do estado de Santa Catarina, e seu sistema de votação eletrônico foi usado pela primeira vez na cidade de Brusque em 1989.
A sua “máquina de votar” consistia de um computador que fazia a leitura da cédula, antes de ser depositada em uma urna convencional. Dessa forma, os dados colhidos pelo computador eram enviados via modem para uma central, onde os votos eram contabilizados.
As cédulas se mantinham nas urnas para eventual conferência em caso de alguma dúvida.
Porém é em 1996 que o voto fica completamente digital, sendo feito diretamente na máquina. Quem desenvolveu a urna eletrônica foi uma empresa brasileira chamada OMNITECH Serviços e Tecnologia em Marketing, com parceira com outras duas empresas Unysis e Microbase.
Além disso, foram cruciais para o desenvolvimento do projeto engenheiros e pesquisadores do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) e do Instituto de pesquisas espaciais (INPE).
A implementação do voto eletrônico
A primeira eleição com o uso das urnas ocorre em 1996, cerca de 33 milhões de eleitores puderam fazer uso das urnas eletrônicas este ano.
Este número aumentou em 1998, chegando a 75 milhões de eleitores. E foi a partir do ano 2000, que todos os eleitores fizeram uso da urna eletrônica no processo eleitoral.
Estima-se que nas eleições gerais de 2002 forma utilizadas 402 mil urnas eletrônicas espalhadas por todo o Brasil.
A urna eletrônica é segura?
Afinal, quem criou a urna eletrônica, pensou na questão da segurança? Este tipo de dúvida é completamente normal e também saudável para o debate público. O problema começa quando o descrédito de sua segurança surge sem provas.
No entanto, as provas de que as urnas são seguras existem e são muitas.
A urna eletrônica é completamente lacrada e inviolável, o que garante a segurança total do hardware. Fora isso, testa-se constantemente a sua programação contra invasões.
A justiça eleitoral dispõe do que há de mais moderno em quesitos de segurança da informação.
Além disso, em agosto de 2022 pesquisadores da UNICAMP, USP e UFPE, desenvolveram um relatório de segurança dos novos modelos da urna, o UE2020. O relatório atestou total segurança e audibilidade dos sistemas e equipamentos.
Conclusão
A democracia e a tecnologia devem estar sempre sintonizadas. Com a evolução tecnológica, nosso sistema eleitoral também pode atingir níveis de confiança cada vez mais altos.
Quem sabe surja um sistema de voto utilizando a tecnologia Blockchain?
Até lá, as urnas eletrônicas brasileiras são um exemplo para sistemas eleitorais em todo o mundo. Garantindo segurança e agilidade em sua apuração!