Blockchain, a tecnologia que está revolucionando o mundo está apenas começando. Entender pode parecer difícil, mas aqui, você encontrará as repostas que precisa. Continue a leitura e descubra, de uma vez por todas, o que é Blockchain.
Origem
Para saber exatamente o que é blockchain, precisamos voltar para o ano de 2008. Neste ano é publicado um artigo científico sob a autoria de Satoshi Nakamoto. Por aqui, a coisa toda já começa a ficar interessante, pois ninguém sabe quem é esta pessoa, embora haja algumas suspeitas.
No artigo, Nakamoto propõe duas ideias, a Blockchain, que servirá de base para a outra ideia, o Bitcoin. Por isto, é comum haver a confusão entre estas duas tecnologias. Mas, é neste artigo, que ele explica o que é blockchain.
Há muitos termos técnicos, porém, por trás destes termos, há uma ideia simples. Afinal, por que o blockchain existe?
Uma questão de (des)confiança
Notou que muitas de nossas informações estão nas mãos de desconhecidos? Provedores de internet, bancos, cadastros do governo, possuem dados sensíveis sobre a nossa vida. Você confia em como estes dados são armazenados?
Em janeiro deste ano, dados do governo foram vazados contendo informação de mais de 220 milhões de brasileiros. Não importa quão seguro possa ser o sistema, se ele está armazenado em apenas um servidor, ele será mais fácil de ser invadido.
O problema é que não temos outra opção a não ser confiar em terceiros. Para Nakamoto, a confiança é um problema.
Dessa forma, baseado na extrema desconfiança desse sistema, ele propõe um sistema que seja o mais confiável de todos. Ou seja, é baseando-se na desconfiança absoluta, que surge um sistema confiável.
Solucionando o duplo gasto
Se existe alguma possibilidade de fraude, ela acontecerá. Para ter confiança em um sistema, ele precisa ser à prova de qualquer fraude. Por exemplo, a necessidade de criar formas mais sofisticadas para se evitar falsificação de produtos, documentos, dinheiro, etc.
Assim, para evitar golpes, desenvolve-se carimbos, selos holográficos, assinaturas, marcas d’água desde os tempos antigos. E mesmo assim, isso nunca deixou de acontecer.
Para Nakamoto, mesmo com toda a segurança dos sistemas atuais “Uma certa percentagem de fraude é aceita como inevitável”.
Este é um dos principais problemas se a ideia é criar uma criptomoeda. Afinal, como impedir que uma pessoa gaste mais do que ela tem? Como, sem um órgão regulador, é possível fazer com que não haja fraude no sistema de moedas virtuais?
Por isso, ele trabalha com a ideia de impedir o que ele chama de duplo gasto. Para a solução deste problema, Nakamoto propõe a tecnologia do blockchain.
Como funciona?
Afinal, como ele funciona? Eis a grande pergunta!
E para entender, precisamos ir devagar. Então aguenta, que no final deste artigo, você conseguirá entender as bases desta tecnologia tão falada atualmente e finalmente descobrirá o que é blockchain!
Dessa forma, a grande proposta do blockchain para um sistema a prova de fraudes é a descentralização e a criptografia.
Um sistema Peer-to-Peer
O nome do artigo de Nakamoto é “Bitcoin: Um Sistema de Dinheiro Eletrônico Peer-to-Peer”. Mas, o que é afinal Peer-to-Peer? Também conhecido como P2P, este sistema está presente em diversas outras aplicações.
Se você jogar esse termo no tradutor do Google, aparecerá algo como “pessoa para pessoa”. E esta é literalmente a ideia. Este sistema interliga computadores para formar uma grande rede.
Nesta rede, cada computador pode ter acesso ao conteúdo dos outros computadores da rede, formando assim, uma grande cadeia de ligação. Cada “pessoa” ou computador nesta rede, recebe o nome de Nó.
Vimos então, que esta é a base da ideia de descentralização. Para Nakamoto, este sistema é o ideal.
Este sistema faz com que muitos computadores se unam formando uma capacidade imensa de processamento e armazenamento. Além de tudo, esta é uma rede pública, qualquer um pode acessar.
Criptografia é a base
Assim, como a ideia de fraude sempre existiu na história, a criptografia também está presente. Criptografar é a ação de tornar uma mensagem legível apenas para aqueles que possuem uma chave.
Dessa forma, se eu escrever, “4.18.5.13.12.1.2.19” você pode demorar um tempo para descobrir. Mas, se eu disser que os números representam letras, você terá a chave e saberá facilmente qual o conteúdo da mensagem.
Por exemplo, a Maquina de Turing, que decifrou mensagens criptografadas dos nazistas na segunda guerra mundial. (Fica aqui a dica de um ótimo filme)
De lá pra cá, esta tecnologia se sofisticou. E é a partir dela que os sistemas de segurança virtuais operam. Na rede P2P, toda informação processada é criptografada, e apenas o sistema consegue ler essas informações. Não há interferência humana no processo de criptografia, o que aumenta a confiança no sistema.
Agora que temos um pouco de familiaridade com estes dois conceitos centrais, podemos entender melhor como o que é Blockchain.
Na prática
Blockchain surge para resolver o problema do gasto duplo, ou da fraude no Bitcoin. Por isso, para podermos exemplificar, vamos usar uma moeda fictícia, a dreamcoins.
Primeiramente é necessária uma rede P2P pública que funcionará com as regras específicas do Blockchain. Nesta rede, vamos supor que estejam conectadas 10 pessoas. Cada uma dessas pessoas possui 10 dreamcoins.
Todos da rede sabem quanto cada um possuí em sua conta. Portanto, se a pessoa 1, decide transferir cinco unidades para a pessoa 2, compartilha-se esta informação com todas as outras pessoas na rede.
Por isso, quando a transferência for feita, todo mundo vai saber que a pessoa 1 tem agora cinco dreamcoins na carteira. Se esta pessoa decide transferir, por exemplo, mais oito moedas para outra pessoa, a transação fica como inválida, pois todos da rede sabem que ela não tem esta quantidade em sua conta.
Assim, fica simples de imaginar. Mas, para saber mesmo o que é blockchain, ainda falta falar de dois importantes fatores que garantem realmente que o sistema seja seguro:
Hash
Cada transação feita carrega a informação da transação anterior. Assim, se a pessoa 1, transferir um valor para a pessoa 2, e a pessoa 2 transfere para a pessoa 3, ficará registrada nesta transação, todas as outas transações já feitas.
Por exemplo, se pegarmos o primeiro Bitcoin criado, estará nele toda a sua história, por todas as carteiras pelo qual já passou. Em cada uma dessas transações é inserida um Hash, ou seja, uma assinatura, como uma impressão digital, atestando que esta transferência é única.
Aqui já dá pra ter uma ideia do que seria a parte do “Chain”, corrente em inglês. Uma corrente de transações interligadas umas nas outras, com um registro único. Mas, e o “Block”, onde entra? A cada determinada quantidade de transações, elas são reunidas em blocos, que também recebem um Hash.
Ou seja, não só transações individuais são criptografadas, mas blocos inteiros de transações são criptografas novamente. É muita criptografia!
O Hash é imprescindível para manter a segurança. Se algum invasor tentar alterar alguma transação, este código também mudará em toda a corrente e em todos os blocos.
E como vimos, cada transferência precisa ser autorizada pelos outros computadores que atestarão se aquela transferência está correta.
Como todos tem uma cópia das transações, além de alterar todos os códigos de uma cadeia de transação, o invasor terá que invadir todos os outros computadores da rede, ou pelo menos, mais que 50%.
Numa rede complexa, que existem milhões de computadores conectados, essa tarefa se torna quase impossível.
Existe ainda o momento que os computadores fazem os cálculos. Este trabalho de verificação do Hash pelos outros participantes da rede é chamado de prova-de-trabalho.
Prova-de-Trabalho e Mineração
Todos os computadores interligados na rede, operam dentro do sistema do Blockchain.
É esta rede que permite que os cálculos sejam feitos e que comprovem quanto, cada um tem em sua carteira. Todo este trabalho ocorre de maneira automática a partir da programação do blockchain. Isso é o que se chama de consenso.
Mas de onde vem estes computadores? Quem são? Onde moram? Do que se alimentam? E aqui está a grande sacada. Nakamoto propõe um sistema de recompensa para quem se conectar em sua rede e ceder seu computador para fazer este trabalho de cálculo.
Como é uma rede pública, qualquer um pode se conectar e ajudar nesta Prova-de-Trabalho. No caso, a recompensa são Bitcoins, e quem está nesta rede são chamados de Mineradores.
Mas como o blockchain pode servir para outras funções, esse sistema de recompensa pode variar dependendo da sua função ou da criptomoeda minerada.
Blockchain não é Bitcoin
Além de saber o que é Blockchain, é importante saber também o que não é Blockchain. Sendo assim, Bitcoin não é mais novidade. Através desta tecnologia, surge uma infinidade de criptomoedas que lutam por um espaço ao sol no sistema financeiro.
Mas, um sistema a prova de fraudes possuí uma série de utilidades no cotidiano das pessoas, além da função monetária virtual.
Assim, através desta tecnologia, surgem muitas possibilidades de aplicação. Por exemplo, num sistema democrático, o voto seria muito mais seguro se acontecesse por meio do Blockchain.
Ou ainda, em registros de cartório, onde cada contrato deve ser único e não pode ser fraudado, o blockchain é muito eficaz.
Pode ser utilizado para armazenamento na nuvem. Há também o NFT que é uma proposta promissora quando falamos de direitos autorais, mas que fica para um outro artigo.
Blockchain ainda não é tão popular, mas é uma tecnologia que promete entregar muitas funções que irão revolucionar nosso cotidiano.
Conclusão
A tecnologia avança de maneira estonteante. Blockchain ainda não revelou todo o seu potencial, mas tem tudo para ser uma das maiores tecnologias já criadas. Ela irá ganhar ainda mais notoriedade graças ao avanço do Metaverso.
Nossa maneira de lidar com instituições, contratos, dinheiro, tudo que envolve nosso cotidiano pode estar a um passo de mudar para sempre.
Não dá pra ficar de fora, temos que acompanhar as evoluções e ficar sempre antenados com o que há de novo no mercado tecnológico.
Nakamoto é um visionário que acreditou em sua ideia e hoje temos uma revolução prestes a acontecer em nossa frente.
Por isso, fica aqui um convite, conheça a _Dreamlabs e descubra que aquela sua ideia também pode ser revolucionária!